27 de junho de 2011

Novos Emergentes


Hoje ninguém mais se surpreende quando ouve alguém dizer que a população brasileira pobre diminuiu. Sabemos que novos ocupantes estão emergindo para as camadas sociais mais elevadas e com isso, um novo cenário vem surgindo e obrigando as pessoas a se adaptarem às novas diretrizes.

São culturas diferentes interagindo umas com as outras, compartilhando dos mesmos espaços, objetos e produtos. Cada qual com sua ideologia cultural começam a compor esse novo cenário. Identidades divergentes se interagem em um mesmo espaço a favor de um mesmo ideal: o consumo. Notebooks, smartphones, iphones ou qualquer outra invenção tecnológica do momento podem ser facilmente consumidas por todos, não é necessário ter escolaridade ou status profissional para estar na moda, basta ter condições financeiras para adquirir os produtos.

Hoje, as classes sociais menos favorecidas tem mais poder de compra nas mãos e, vislumbrados com o poder da sociedade de consumo, eles estão consumindo mais. O fato é que mais dinheiro possibilita mais consumo, que gera mais desenvolvimento para o país e assim, faz os brasileiros mais felizes e satisfeitos por terem condições de comprar uma nova TV. É como dizem, “você é o que você consome”.

Ao que tudo indica, ter acesso a cultura e a educação de qualidade parecem não representar um fator relevante. O sociólogo Costa Ribeiro, afirmou que “no Brasil, as possibilidades de uma pessoa são influenciadas por muitos fatores, como a renda, o patrimônio, o nível cultural da família, bem como pelas redes de relacionamento”. Assim sendo, quais tipos de possibilidades essas novas redes de relacionamento trarão aos ex-pobres? Penso que o novo cenário está propenso a um grande choque cultural e ideológico.

Os governantes antes de afirmarem a mobilidade social de um dado grupo há de se preocupar com os níveis de informação, cultura, qualificação profissional e ensino que estes deverão ter para se manter nas camadas sociais mais elevadas. Para ter uma população em níveis melhores de vida é necessário, antes de tudo, estimular o consumo por cultura, informação e educação.


Jussara Assis

14 de junho de 2011

Mídia e futuro

Estava na frente do computador estudando para a prova de economia, e entre uma pausa e outra, acompanhava a música Aquarela de parceria de Toquinho e Vinícius de Moraes. Acompanhava, porque a internet através de sua multimedialidade possibilita-me a ver e escutar o fragmento de um show, no qual Toquinho reproduzira a música; como também acompanhar a letra. Ao longo da música, Toquinho e Vinícius nos falam de que como um desenho pode servir de aeronave em uma viagem através de nossas almas e, sempre realçando o suporte papel como combustível desta aeronave. “Uma folha qualquer eu desenho um sol amarelo...”

A multimedialidade é uma das principais características da internet, pois ela liberta a música do suporte vinil, liberta a imagem do suporte película e liberta o texto do suporte papel. No seu alforje a internet acopla as demais mídias.

Nessa perspectiva de combinações de várias mídias, surgiram dois posicionamentos em relação à mudança e transição midiática, que vai muito além dos avanços tecnológicos no campo da comunicação: midiamorfose e midiacídio.

Segundo Roger Fidler, midiamorfose seria a transformação da mídia já existente. Esta transformação não condena ao desaparecimento das velhas formas de comunicação, mas determinam uma necessidade de adaptação. Midiacídio é a negação da evolução do campo midiático, conseqüentemente, a “morte” de carreiras de profissionais da comunicação que não se adaptarem a nova realidade.

O midiacídio é real, a “simples” troca de suportes fez do vinil objeto obsoleto, e sua morte foi eminente; hoje o vinil virou uma peça de decoração ou vive em um cantinho com um monte de tralha, da qual nós não conseguimos desfazer.

Nos dias atuais, a comunicação passa a dar uma maior ênfase para o receptor; este goza de autonomia e liberdade: passa a consumir e produzir informações no formato e plataforma que achar melhor. Notebooks, netbook, celulares, smartphones, tablets e outras tantas mídias móveis que surgirem são, sem dúvida nenhuma, grandes rivais da TV e, à medida que estes aparelhos forem popularizando podem fazer da TV o mesmo objeto de decoração ou se tornar tralha da mesma forma que o vinil.

A mídia escrita também não fica atrás; os jornais já disponibilizam uma versão online de seus conteúdos de seus jornais diários, e o nosso velho amigo papel vai perdendo espaço.

Os desenhos e as cartas de amor ganham em cores e agilidade, quando produzidos no corel draw e Word e enviados por e-mail; a subjetividade também permeia estes aplicativos. Mas aqueles que não dominarem tal tecnologia estarão fadados a não exprimir ao mundo suas almas.  E o futuro é terrivelmente incalculável, que... “Sem pedir licença, muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar.”