17 de maio de 2012

A luta continua...




No ultimo domingo, 13 de maio, data em que se comemorou o Dia das mães, foi marcado por comemorações por todo Brasil. Data comercial, o assunto esteve presente em todos os veículos de massa, pois é uma data que se fatura muito com a publicidade.

Este mesmo dia 13 de maio, também se “comemorou” a abolição da escravatura. Este evento não teria alguma publicização, se não fosse pela a prisão do rapper Emicida após um show na capital mineira. Pelo contexto e pela data, poderia se deliberar uma grande discussão sobre o assunto, mas o evento – a prisão de um negro é uma situação corriqueira e gasta – gerou apenas algumas notas nos veículos de massa. Não merece tanta consideração.

A padronização da vida, fez com que nós recorrêssemos ao velho passado, meio que a contragosto, buscar em nossa cultura, algo que se possa diferenciar da turba nas tardes entediantes de domingo. A negritude virou mercadoria, e hoje é moda entre algumas “tribos sociais”. A negritude vista como um estilo de vida é publicizada e defendida pelos meios de comunicação de massa. O indivíduo negro, não.

Apesar da contribuição grandiosa na construção de nosso Brasil, o negro ainda é açoitado por um chicote que estraçalha tanto o corpo como a alma. Assistimos pela TV ao derramamento de sangue destas “Criaturas de Ébano” nos fins de tarde no programa do Datena ou em pequenas notas no dominical Fantástico. “Abriram as portas da senzala e fecharam as portas da cidadania”, não me lembro do autor desta frase, mas fica o registro.

As grandes produções da Indústria Cultural que focam o homem negro ganham relevância, quando coloca o mesmo em “seu lugar” historicamente falando, ou seja, de sofrido e subalterno; faço um recorte no filme Besouro e, termino este texto com os minutos finais da produção cinematográfica citada.

A luta continua...

Para se resgatar a autoestima, pra ser visto como cidadão, fugir da marginalidade...

Fábio César Marcelino





8 de maio de 2012

Oportunismo na TV



A foto acima se refere a uma espécie de marca registrada do ídolo do futebol brasileiro, o rei Pelé comemorando um gol. Atualmente a cada jogo de futebol uma nova comemoração é realizada e, assim, criatividade, suingue, euforia e oportunismo se misturam. Você pode estranhar que esse tipo de brincadeira se misture como um ato oportunista, mas acredite, pois a comemoração de um gol esta indo além de um simples momento fugaz de alegria e euforia.

O programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, durante o Campeonato Brasileiro de 2011 criou o boneco João Sorrisão, uma réplica do brinquedo conhecido como João Bobo. Durante o campeonato, todos que fizessem um gol e comemorassem imitando a personalidade global, levaria um boneco de presente. Além disso, quem fizesse três gols ou mais em uma mesma partida poderia escolher a trilha sonora da narração dos gols feitos.
E, por falar em trilha sonora, está ficando cada vez mais comum comemorar o gol dançando a música do momento.  E quando isso acontece, a felicidade é geral: o jogador que fez o gol, o time, o técnico, a torcida e, claro, o dono da música.

O futebol está evoluindo e os atletas demonstram em campo seus múltiplos talentos. O Neymar, por exemplo, pop star dos gramados, além de lançar um estilo Neymar de ser, ainda desperta curiosidade ao fazer coreografias de seus ídolos. O Fantástico sabe de tudo isso e, como não é de desperdiçar uma oportunidade, o show da vida após ter acesso a um vídeo no qual Neymar, ao chuveiro, encena a música “Assim você mata o papai”, do grupo Sorriso Maroto, criou um concurso para eleger a coreografia da letra. Por curiosidade, acaso ou oportunismo a música é tema da nova novela da emissora a “Avenida Brasil”.

E assim, a mídia mais uma vez se mostra como formadora de opinião lançando forçadas tendências. E como diria Ivan Lins, “não fechei os olhos, não tapei os ouvidos [...] só não lavei as mãos e é por isso que eu me sinto cada vez mais limpo”. A boa música, o bom futebol e a capacidade de escolher o que se quer consumir na mídia não podem ser deixados de lado.

 
Até breve,
Jussara Assis