No ultimo
domingo, 13 de maio, data em que se comemorou o Dia das mães, foi marcado por
comemorações por todo Brasil. Data comercial, o assunto esteve presente em
todos os veículos de massa, pois é uma data que se fatura muito com a publicidade.
Este
mesmo dia 13 de maio, também se “comemorou” a abolição da escravatura. Este
evento não teria alguma publicização, se não fosse pela a prisão do rapper Emicida após um show na capital mineira. Pelo contexto e pela data, poderia se
deliberar uma grande discussão sobre o assunto, mas o evento – a prisão de um
negro é uma situação corriqueira e gasta – gerou apenas algumas notas nos
veículos de massa. Não merece tanta consideração.
A
padronização da vida, fez com que nós recorrêssemos ao velho passado, meio que
a contragosto, buscar em nossa cultura, algo que se possa diferenciar da turba
nas tardes entediantes de domingo. A negritude virou mercadoria, e hoje é moda
entre algumas “tribos sociais”. A negritude vista como um estilo de vida é publicizada
e defendida pelos meios de comunicação de massa. O indivíduo negro, não.
Apesar da
contribuição grandiosa na construção de nosso Brasil, o negro ainda é açoitado
por um chicote que estraçalha tanto o corpo como a alma. Assistimos pela TV ao
derramamento de sangue destas “Criaturas de Ébano” nos fins de tarde no
programa do Datena ou em pequenas notas no dominical Fantástico. “Abriram as
portas da senzala e fecharam as portas da cidadania”, não me lembro do autor
desta frase, mas fica o registro.
As
grandes produções da Indústria Cultural que focam o homem negro ganham
relevância, quando coloca o mesmo em “seu lugar” historicamente falando, ou
seja, de sofrido e subalterno; faço um recorte no filme Besouro e, termino este
texto com os minutos finais da produção cinematográfica citada.
A luta
continua...
Para se
resgatar a autoestima, pra ser visto como cidadão, fugir da marginalidade...
Fábio César Marcelino