A partir de um trabalho
realizado na disciplina Ética em Relações públicas, a professora nos
solicitou que fizéssemos uma produção artística, tendo como referencia alguns
textos que nos questionavam sobre vocábulos, que conceituam sensações que
afligem a alma humana.
No poema, abordo a
relação dialética entre o amor como verbo e o que entendo sobre o mesmo. Abaixo
fora feito um vídeo pelos outros componentes do grupo, que remete a mesma ideia
de confrontação sugerida no poema.
O
confronto
Em uma tarde
ensolarada de sábado,
O amor concebido
daqueles dois olhares de desejo,
Berrou faminto
dizendo: “Decifra-me ou devoro-te"
Ambos pensaram em
algo e deram como resposta,
O burocrático e
eficaz silencio.
Amordaçaram o clamor
de suas vontades latentes.
O amor, então, cheio
de si afirmou:
Viverão o amor como
verbo aprendido na escola do mundo.
Ação demagógica de
vínculo carnal entre indivíduos desejosos.
Pois o que sentem, de
fato, nunca será revelado a ninguém.
Ficará destinado a
sua multidão de dentro com suas vozes dissonantes.
A essência de tudo
ficará guardada dentro de seus corações duvidosos.
E disse mais:
E tudo em meu nome,
como verbo, será ambíguo.
Acharão virtuoso o
gesto de matar e morrer.
Sentirão o gosto
amargo do fel, toda vez que em vão
Proferir meu nome nas
madrugadas sem emoção.
Se não me definirem
logo, nunca saberão o que seja viver.
E os dois olhares de
desejo se levantaram de sua alcova.
Perplexos e eufóricos
imaginando tudo aquilo ser um pesadelo.
Por alguns segundos,
ambos se olharam a contento.
Mas logo, cada um
virou se para o seu respectivo canto/mundo.
De um lado uma alma
em chamas cheia de paixão e ternura.
De outro lado um
corpo frio, apático e vazio de sentimento.
Fábio César Marcelino