1 de abril de 2013

Tempos modernos



Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir

(Tempos Modernos, Lulu Santos.)

E é assim que o tempo está: voando pessoal. Acabamos de degustar três dias de feriado e nem parece. Afinal passou tão rápido, não é mesmo? Mas a verdade é que não é o tempo que está passando, somos nós que estamos passando por ele. Talvez não estejamos aproveitando adequadamente os momentos livres tanto quanto pensamos, pois de repente ele fatalmente se esgota.

O comércio da distração é farto e nos oferece uma imensa opção: entretenimento, informação, curtição etc. Podemos entender comércio da distração como a internet, por exemplo. A facilidade com que se pode mudar o foco de interesse, durante a navegação na rede, é tão célere quanto o nosso pensamento. Já parou para pensar? Ambos são ilimitados, imateriais e ágeis. Porém há uma singela diferença, a internet parece tornar o raciocínio de quem navega mais lento, incapaz de acompanhar as ilimitadas opções e informações que são bombardeadas na tela. O conteúdo fragmentado parece também fragmentar a atenção e o raciocínio do internauta e, assim, o tempo vai passando. E como dizia Lulu Santos, novamente, “não há tempo que volte”.

Observe quanto tempo se passa enquanto você rola a barra de notícias do Facebook, por exemplo. Ou então, quando você começa fazendo uma pesquisa no Google e dali, surpreendentemente, já está em um site de compras conferindo o lançamento da nova coleção, sem contudo, deixar de conversar com seus colegas no Skaype. Tanta superficialidade provocada pela web está disseminando o comércio da distração. As empresas estão apostando na fragmentação da notícia para deixar mais viva a forma de pensar na net.  A ordem é: apelo visual, menos textos e mais imagens.

Sendo assim, para não contrariar ainda mais o pensamento geral, vou encerrar por aqui. Mas antes, deixo um vídeo para refletimos o nosso lugar no mundo da distração.
  


Até breve,
Jussara Assis