30 de agosto de 2012

As Iracemas

Na semana passada, tive a oportunidade de assistir ao filme As Iracemas. Curta metragem que conta a história de uma família que vive em uma região isolada, em um casebre que fica na região do Alto do Mingú, entre os municípios de Rio Acima e Raposos (MG), distante apenas 33 km de Belo Horizonte, capital da nossa Minas Gerais.

O filme mostra o cotidiano bucólico e solitário de quatro mulheres que preferiram a atual tranquilidade do local, do que fazer parte da imensa “Aldeia Global”. Aos nossos olhos elas não vivem, pois não produzem ou consomem: elas se mantem através de doações e, sua tarefa é a de cuidar dos animais. Ao final das gravações do filme, a matriarca falece, causando grande consternação por parte das demais.

O fato inusitado é quando os produtores do filme reproduzem a película em um laptop: quando elas se viram na imagem ficaram estarrecidas, pois nem espelhos possuem. Ficaram ainda mais perplexas quando viram a mãe que falecera. Da tela do computador viram a mãe contar as história de suas vidas, história esta que bem sabiam, mas em uma  perspectiva assustadora e nova: a emoção mediada pela tecnologia. Fiquei imaginado a vontade oceânica daquelas mulheres em abraçar a mãe.

O pensador alemão Siegfried Zielinski, de passagem pelo Brasil faz uma interessante afirmação que ilustra o caso acima: para o filósofo, qualquer aparato tecnológico de comunicação são ferramentas racionais que nos auxiliam bastante, mas elas não podem representar a substituição de partes da vida ligadas as emoções.

As Iracemas resolveram viver isoladas da sociedade por entenderem que uma vida reclusa, baseada totalmente na família seria melhor. Imagino que vivem intensamente uma relação familiar intricada, mas de alguma beleza, creio eu, que no mínimo são mais humanas do que as nossas, pois a relação que se apresenta entre as Iracemas é supostamente baseada na emoção.

Enquanto nós, da “aldeia global” racionalmente vamos robotizando a vida dando à emoção uma versão fria e apática e, mais do que nunca, previsível e pontual.

Clique aqui e conheça um pouco mais sobre o filme.

Fábio César Marcelino

12 de agosto de 2012

À moda antiga


Durante um programa de TV norte americano, uma jovem perguntou “o que faz a América a maior nação do planeta?”. Não sei em que plano do globo vive está jovem, mas já faz algum tempo que os americanos não representam a maior nação do planeta em termo de desenvolvimento econômico e tecnológico. Atualmente novas potencias estão surgindo e fortalecendo a sua atuação no cenário mundial.

O fato é que a decadência americana foi justificada pelo enfraquecimento do jornalismo de televisão. Decadência, porque ao invés de noticiar e argumentar exclusivamente sobre questões políticas, econômicas e morais; o telejornalismo divulga entre estas notícias fatos a respeito do cotidiano das celebridades. E, além disso, as discussões políticas, econômicas e morais são abrandas, ou seja, possuem um repertório mais pobre, menos elaborado e com baixo teor de qualidade e apelo informativo. São dados lançados ao sabor do vento. Entende quem quer e compreende quem tem juízo.

Isso nada mais é do que o reflexo de um novo público: menos interessado em questões sérias e mais interessado no que é privado/ particular e midiático. Outra situação que interfere no processo de decadência do telejornalismo na América e no mundo, se refere ao aumento de competição e oferta de notícias. Você já parou para observar a quantidade de noticiários vão ao ar todos os dias? Penso ser incalculável, tamanha a variedade.

Assim, está lançado o desafio: observe, filtre e aprecie o bom e velho jornalismo de qualidade. Não sei onde você irá encontrá-lo, mas a busca por informação e conhecimento é sempre válida. Aventure-se!

Até breve,
Jussara Assis