Na
ultima semana, mas precisamente no dia 29 de março, o Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária do Brasil (Conar) proibiu a veiculação de um
filme televisivo da bebida energética Red Bull que “desmitifica” a caminhada de
Jesus por sobre o mar da Galiléia, considerado então, como um dos grandes
milagres de Jesus narrado na bíblia.
Como
estamos próximos à páscoa, data de grande relevância para a nossa cultura
ocidental, a civilização judaico-cristã, vale a pena refletir sobre o caso.
O
filme da empresa austríaca, reconfigura Jesus aos moldes do homem da atualidade,
que está sempre em movimento na busca homérica de dar sentido para a sua vida,
buscando respostas que, ainda, o racionalismo não consegue responder. A empresa
com seu filme publicitário recria Jesus, dando a ele, a nossa imagem e
semelhança.
A
nossa era é marcada pela inversão de valores, onde o passado antes normativo, é
agora ultrapassado e imprestável. A síntese de nossa era pode ser exemplificada
pela célebre frase de Karl Max, onde o filósofo alemão afirma: “Tudo que é
sólido se desmancha no ar.”.
A
campanha publicitária da empresa austríaca de bebidas energética contesta a
divindade de Jesus, pois a o mesmo oferece a felicidade eterna de forma
gratuita pelo simples cultivo de valores humanitários. A empresa vende uma
felicidade fugaz pelo cultivo predatório do consumo sem limites.
Gradativamente,
a padronização da vida defendida pela empresa vai tomando o lugar da escolha ou
do livre arbítrio anunciada por Jesus, mas ainda é possível escolher.
O
que você escolhe?
Fábio
César Marcelino