Desde o último domingo, dia 27, o assunto mais repercutido nas redes sociais digitais e principais veículos jornalísticos do Brasil e do mundo foi o episódio protagonizado pelo jogador do Barcelona, Daniel Alves, durante jogo válido pelo Campeonato Espanhol, contra o Villarreal, da cidade do mesmo nome: enquanto cobrava o escanteio, Daniel Alves comeu uma banana, supostamente arremessada por torcedores do time rival.
Após o episódio, o atacante do Barcelona, Neymar Jr., "sensibilizado" com o ataque ao seu amigo postou uma mensagem dizendo #SomosTodosMacacos. O sócio e vice presidente de criação da agência publicitária Loducca, Guga Ketzer, em entrevista ao jornal O Estadão, de São Paulo, informou que a ação repercutida pelo caricato jogador Neymar foi desenvolvida pela agência e que só estavam esperando o melhor momento para disseminá-la. "A ideia foi fazer algo leve, até mesmo bem-humorado e que fizesse pensar. Estávamos esperando o melhor momento para divulgar e foi após o que aconteceu no domingo", afirmou Ketzer.
Oportunamente a ação publicitária idealizada pela agência Loducca e protagonizada pelo lateral Daniel Alves e o atacante Neymar, já alcançou grandes proporções. Com menos de três dias após o ocorrido, já é possível até adquirir a camiseta promocional com a estampa da hastag e uma banana, lançada pela marca UseHuck, do apresentador global Luciano Huck, por uma bagatela de R$69,00.
A pergunta é: como credibilizar esse episódio? Somos todos bananas por acreditar e difundir essa campanha? Será que ao nos autoafirmarmos macacos nos sentiremos mais receptivos e conformados quando assim formos chamados? Afinal, somos todos bananas ou macacos?
O fato é que enquanto você pensa sobre essa questão centenas de Amarildos estão sendo torturados nas favelas, milhares de Cláudias serão arrastadas por um carro de polícia e milhões de jovens negros serão confundidos com marginais durante o trajeto de casa para o trabalho. E ai, o que fazer? Ignorar a situação, "engolir" a banana e voltar para a mansão, assim como fez Daniel Alves? Ou será que para discutir a questão do racismo é preciso ir além das curtidas e postagens segurando uma banana?
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Até breve,
Jussara Assis