25 de dezembro de 2011
17 de dezembro de 2011
Grande Família: comicidade e cotidiano
A Grande
Família é uma Sitcom adaptada da
década de 1970 veiculada pela Rede Globo entre os anos de 1972 a 1975, e que
está no ar desde 2001, repetindo o grande sucesso. A primeira versão da Grande
Família foi produzida depois de 10 anos de fundação da Rede Globo, ou seja,
quando a emissora era uma criança e aprontava as suas primeiras peraltices.
As Sitcoms são um subgênero televisivo dentro da
categoria entretenimento. São histórias curtas centradas na vida e nas
atividades de uma determinada família ou grupo, ou seja, da sociedade. Mesmo propondo o descompromisso com a
realidade, as Sitcoms estão longe de
ser um mero programa humorístico, pois como todo produto midiático está recheado
de informações ideológicas.
A
peraltice da Rede Globo aconteceu no ano de 1962, quando passou a receber capital estrangeiro para sua estruturação através de
uma parceria com a empresa Time Life, lembrando que esta prática era proibida
pelo regime ditatorial, que reinava no Brasil. Mas os militares abriram uma exceção
para Globo que, em troca veiculava a
propaganda política militar em suas produções midiáticas; e a Grande Família da
década de 1970, não foi diferente. O autor
da época abordava temáticas, a fim de desvelar os impasses vivenciados pela
classe média e propunha a politização
do cotidiano.
Roberto
Marinho, fundador da Rede Globo deu a seguinte declaração no Jornal da Globo,
edição de 07 de outubro de 1984:
“Participamos da Revolução de 1964, identificados com os
anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela
radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada.
Quando a nossa redação foi invadida por tropas anti-revolucionárias,
mantivemo-nos firmes em nossa posição. Prosseguimos apoiando o movimento
vitorioso desde os primeiros momentos de correção de rumos até o atual processo
de abertura, que se deverá consolidar com a posse do novo presidente.”
Roberto Marinho
A Rede
Globo é hoje uma das maiores empresas da indústria cultural do mundo propondo
entretenimento e informação, contudo, não esqueçamos que este império se mantém
erguido sobre os mesmos pilares que um dia se constituiu o regime totalitário
no Brasil.
Confira
os vídeos abaixo.
Fábio César Marcelino
4 de dezembro de 2011
E você, também se parece com o Homer Simpson?
Discurso, segundo o Dicionário Aurélio, significa “exposição metódica sobre certo assunto”. Para a comunicação, o discurso vai além de um simples objeto de exposição, ele se constitui um espaço de trocas de informação entre narrador e receptor e se dá por meio do processo: Fonte – Canal (Meio) – Receptor. Mas, disso você já está cansado de saber, não é verdade?
Mas o que talvez ainda não esteja claro para você e milhões de brasileiros é que o discurso midiático pode ser representado por duas instâncias: a de produção e a de recepção, ou seja, é construído com base nos critérios de relevância social. O narrador/ jornalista seleciona os acontecimentos fazendo um “recorte do espaço público” a fim de evidenciar o que melhor se adapta às expectativas do receptor. Isto nos leva a perceber que o canal, meio por onde é transmitida a informação, fica sujeito a interferências da mídia.
O Jornal Nacional (JN), por exemplo, possui William Bonner como editor-chefe. Em uma entrevista para a revista Carta Capital, em dezembro de 2005, Bonner afirmou que ao construir a notícia ele comparava o espectador com Homer Simpson – figura preguiçosa, que passa horas sentado ao sofá bebendo cerveja e saboreando rosquinhas enquanto assiste TV sem, contudo, fazer questionamentos sobre o que se vê. Essa política está presente até hoje, o jornalista constrói as versões dos fatos que melhor achar conveniente, mas é claro que as notícias passam pelo crivo: “Essa até o Homer entenderia! Ah, essa não! Essa sim!...”
O exemplo de Bonner no JN é a representação fiel do que as mídias fazem de melhor: filtram os fator como forma de exercer o domínio. Ao relatar o discurso, as mídias não transmitem a realidade social e sim constroem um discurso voltado para a representação do fato real. Desse modo, o que vemos é uma tentativa sustentar os interesses ideológicos de determinados grupos, ignorando a capacidade de raciocínio do público receptor.
Não se deixem enganar, “o essencial é invisível aos olhos...”
Jussara Assis
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