29 de julho de 2012

O futuro dos jogos olímpicos



Quando cheguei em casa e vi Neymar fazendo o terceiro gol da seleção olímpica brasileira, sobre o selecionado olímpico egípcio, fiz alguns questionamentos: que jogo da seleção é este que, não tem a narração do Galvão Bueno? Será que já começou os jogos olímpicos de Londres? Peço perdão pela gafe, pois não sei se serei convincente no argumento que darei: faço parte da singular parcela da população que acompanha o diário esportivo pela Rede Globo; não que a empresa global seja a melhor, mas sim pela qualidade da imagem.

Como a Rede Record possui os direitos de transmissão em TV aberta, a Globo apenas informa os acontecimentos mais importantes através de notas ao longo de sua programação. A Globo faz a cobertura em TV fechada através da Sportv. São 4 canais dedicados a programação diária dos jogos e, que terão a participação “especial” de Galvão Bueno.

Caso análogo é o que acontece com a disputa entre as empresas globais Adidas e Nike. A primeira empresa é patrocinadora oficial dos jogos olímpicos e a segunda consegue visibilidade gigantesca por ser fornecedora e patrocinadora de algumas delegações de países que disputarão os jogos olímpicos.

A Nike lançou uma campanha publicitária com uma abordagem um pouco inusitada: a campanha global denominada “Find Your Greatness” (Encontre a sua grandeza) enfatiza a dedicação de atletas amadores espalhados pelo mundo, onde qualquer lugar que haja prática esportiva pode ser chamado de Londres, desmistificando os jogos olímpicos.

Se na perspectiva esportiva, os jogos olímpicos criados pelos gregos tem o objetivo de promover a paz e a amizades entre os povos, mesmo que em algumas ocasiões os jogos foram palcos de disputas políticas, já na perspectiva de mercado é uma guerra de titãs.

Como nossa era é marcada pelo declínio do estado frente às empresas supranacionais, poderemos ter no futuro próximo, ao invés de jogos olímpicos entre nações, teremos jogos olímpicos entre empresas. Na verdade estes jogos já acontecem, eles serão oficializados. As centenas de bandeiras nacionais dos variados países do globo darão lugar, para cinco ou seis bandeiras destas empresas supranacionais. 

E torceremos com a mesma volúpia e emoção.

Fábio Cesar Marcelino


11 de julho de 2012

O retrato da crueldade



Compartilho com vocês alguns estranhos momentos que presenciei neste último final de semana. Duas situações distintas, mas que possuem algo peculiar em comum. Acompanhe!

Sábado, no capítulo da novela “Avenida Brasil”, exibida pela Rede Globo, a vilã da novela buscando dar um ‘recado’ para uma das suas inimigas, ela envenena o cachorro de estimação da personagem e fim de papo. Porém, a situação não gerou grande estardalhaço ou espanto com a crueldade realizada contra o animal assassinado. Pelo contrário, nada foi declarado. Tudo aparentemente dentro da normalidade das inúmeras mortes sucedidas nas telinhas da Globo.

Mas no domingo, exatamente no dia seguinte do espetáculo do envenenamento, o Fantástico (Show da Vida!) exibiu uma reportagem denunciando um episódio de maus tratos contra uma cadela, denominada Menina. A notícia se tornou relevante e alcançou tamanha visibilidade, pois o agressor do animal trata-se do produtor musical do cantor Thiaguinho, ex-Exaltasamba. Surpreendentemente o cantor foi convidado a prestar esclarecimentos ao público e, durante a entrevista, fez questão de anunciar a demissão de seu então produtor alegando não admitir tamanha crueldade. O episódio em detalhes pode ser verificado clicando aqui.

Nossa, quanta dualidade para uma só emissora! O fato me fez pensar como essa emissora foi capaz de condenar um ato de agressão de um produtor musical, quando o mesmo ato também foi cometido por ela. Como está escrito em uma passagem bíblica “Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão” (Lucas 6:42).

O fato é que são muitas as cenas de injustiça, violência, maus tratos e impunidade que temos que prestigiar através da TV brasileira. Compartilho com vocês o caso acima, buscando alertá-los para um pensar reflexivo diante das coisas, pois afinal, nem tudo é verdadeiramente como se parece.

Até breve,
Jussara Assis