Quando cheguei em
casa e vi Neymar fazendo o terceiro gol da seleção olímpica brasileira, sobre o
selecionado olímpico egípcio, fiz alguns questionamentos: que jogo da seleção é
este que, não tem a narração do Galvão Bueno? Será que já começou os jogos
olímpicos de Londres? Peço perdão pela gafe, pois não sei se serei convincente
no argumento que darei: faço parte da singular parcela da população que
acompanha o diário esportivo pela Rede Globo; não que a empresa global seja a
melhor, mas sim pela qualidade da imagem.
Como a Rede Record
possui os direitos de transmissão em TV aberta, a Globo apenas informa os
acontecimentos mais importantes através de notas ao longo de sua programação. A
Globo faz a cobertura em TV fechada através da Sportv. São 4 canais dedicados a
programação diária dos jogos e, que terão a participação “especial” de Galvão
Bueno.
Caso análogo é o
que acontece com a disputa entre as empresas globais Adidas e Nike. A primeira
empresa é patrocinadora oficial dos jogos olímpicos e a segunda consegue
visibilidade gigantesca por ser fornecedora e patrocinadora de algumas
delegações de países que disputarão os jogos olímpicos.
A Nike lançou uma campanha publicitária com
uma abordagem um pouco inusitada: a campanha global denominada “Find Your
Greatness” (Encontre a sua grandeza) enfatiza a dedicação de atletas amadores
espalhados pelo mundo, onde qualquer lugar que haja prática esportiva pode ser
chamado de Londres, desmistificando os jogos olímpicos.
Se na perspectiva
esportiva, os jogos olímpicos criados pelos gregos tem o objetivo de promover a paz e a
amizades entre os povos, mesmo que em algumas ocasiões os jogos foram palcos de
disputas políticas, já na perspectiva de mercado é uma guerra de titãs.
Como nossa era é
marcada pelo declínio do estado frente às empresas supranacionais, poderemos
ter no futuro próximo, ao invés de jogos olímpicos entre nações, teremos jogos
olímpicos entre empresas. Na verdade estes jogos já acontecem, eles serão
oficializados. As centenas de bandeiras nacionais dos variados países do globo
darão lugar, para cinco ou seis bandeiras destas empresas supranacionais.
E torceremos com a
mesma volúpia e emoção.
Fábio Cesar Marcelino