A data de
18 de dezembro de 2011 entrou para a história da comunidade gospel brasileira,
como uma data profana e sagrada. Neste dia, a Rede Globo exibiu na sua
programação um show gospel denominado Festival Promessa que, em termos de público foi um fiasco; mas a repercussão grandiosa. Um grande
racha no meio gospel estabeleceu-se: para alguns, a propagação da palavra de
Deus; para outros, uso da palavra de Deus para ganhar dinheiro. Mas todos são
unanimes em afirmar que a canção gospel não é só uma mera composição musical,
em termos populares, é uma musica de Deus. Me faz lembrar o saudoso Nelson
Rodrigues que afirmava: “Toda a unanimidade é burra”.
Na
atualidade, a música é, sem sombra de dúvida, instrumento de comunicação.
Dotada de poder simbólico e capital cultural – segundo os especialistas, tem o
poder de interferir no curso dos acontecimentos, provocando reações, agitando as
massas, enfim, influenciando as
ações dos outros por meio da produção e transmissão de formas simbólicas – a
música religiosa trás consigo valores espirituais, crenças salvacionistas e, de
certa forma, algum antagonismo que, na maioria das vezes, fazem estas instituições religiosas
rivalizarem entre si pelo o monopólio da
fé.
Por ter cunho
religioso, estas canções teriam que trazer mensagens de fé e amor independente
de raça, religião ou cultura. Mas, em busca deste monopólio, estas mesmas
músicas criam um abismo enorme entre nós seres humanos – indivíduos de muita
religião e pouca fé. Como nós não conseguimos classificar a magnitude de Deus,
damos a Ele, atributos humanos e, é como se o próprio Deus assinasse a autoria
destas composições.
Leonardo
Boff, colunista do Jornal O Tempo, escreveu
um texto denominado “Ver e ouvir a natureza, e não só vê-la, como é o nosso
hábito” fala como não conseguimos entender as mensagens que a natureza nos envia.
Filosofo e teólogo, ele afirma que a revelação divina se faz primeiramente pela
natureza: através da sinfonia dos pássaros, da melodia das cachoeiras, do
assovio dos ventos etc. Mesmo maltratando a natureza ela canta e sorri para
nós.
Sendo
assim, fico com a música da natureza; sem maltratar aos meus ouvidos, ela me
convida a um exame sem extremismo a um olhar crítico e fraterno para todas as
coisas que me rodeia. Explicando-me, sem delongas, que todos somos filhos de
Deus.
Fábio César Marcelino
Acredito que toda manifestação de louvor a Deus é válida, desde que cative os fiéis para o serviço divino. Os eventos Gospels, com suas vozes e instrumentos espetaculares, cada vez mais vem ganhando espaço pela beleza de seus shows. Não vejo problema nenhum em se ganhar dinheiro com isso. Desde que o benefício não seja apenas individual, mas sim coletivo, através da caridade, de ajuda aos mais necessitados. Acredito que esse sim deve ser o ideal de louvor a Deus: fazer o bem ao próximo!
ResponderExcluirLeandro obrigado por ter deixado a sua opinião.
ExcluirA nossa crítica não é para uma religião A ou B, pelo contrário, o que nos deixa receosos é a "espetacularização da fé". Tememos que a fé se transforme em mais um mero produto midiático.
Continue participando conosco. Até a próxima postagem.
"a revelação divina se faz primeiramente pela natureza: através da sinfonia dos pássaros, da melodia das cachoeiras, do assovio dos ventos etc. Mesmo maltratando a natureza ela canta e sorri para nós."
ResponderExcluirCom certeza a natureza é sim a primeira manifestação divina. É magnífico observar o nascer do sol, o florescer da flor. É tudo tão mágico, tão grandioso.
A natureza nos ensina a amar o proximo sem dinstição, mesmo que nós humanos não a damos o devido valor ela a cada dia nos surpreende com um espetáculo cada vez mais belo de se ver!
Parabéns pelo texto e pelo blog!
Nayara, agradecemos pela mensagem e continue participando conosco.
ResponderExcluirAté a próxima postagem.