30 de junho de 2012

Racismo: legado de nossos ancestrais


Ao marcar os dois gols que colocaram a seleção italiana na final da Euro – 2012 contra a seleção espanhola, Mario Barwuah Balotelli derrota naquele momento o racismo e a indiferença que caracterizam parcela significativa da população do velho continente.

Balotelli é negro, filho de imigrantes ganenses que o abandonaram em um hospital na cidade italiana de Palermo. É filho adotivo da família Balotelli, naturais de Brescia, outra cidade italiana.

Balotelli antes de fazer parte da seleção italiana faz parte de uma seleção maior: um contingente expressivo de expatriados ou imigrantes que deixam suas origens e se aventuram em outras comunidades, em busca de uma vida mais digna. Estes todos os dias são goleados pela intolerância. Desde tempos imemoriais, nós seres humanos aprendemos que bárbaro e estrangeiro são a mesma coisa. Alguns torcedores croatas, espanhóis, poloneses, ucranianos e, até mesmos os italianos justificam seus atos históricos e abomináveis contra Balotelli, pois os “bárbaros” são incultos, selvagens e sem pátria assim, são destituídos de qualquer direito.

Um filósofo alemão definiu o estado como uma unidade que engloba todos os contrários.  Mas estes estrangeiros não são considerados nem opostos, pois seus direitos são insignificantes. O estado aqui é formado pelos opressores e oprimidos dos limites restritos dos grupos culturais. Os antagonismos são deixados de lado por estes dois grupos quando exercem a suas soberanias contra os expatriados deixando bem claro suas diferenças. O racismo é uma forma de exercer determinada soberania sobre algo. Ele não é legal, mas é aceito por uma parcela significativa da população narcísica europeia que, tem a pretensão primitiva de ser o centro do mundo.

Amanhã é a grande final: Itália e Espanha duelarão para saber quem é a melhor seleção europeia da atualidade. Mas, no duelo da desigualdade já sabemos que são os ganhadores e os perdedores. 

Fábio César Marcelino

Um comentário:

  1. Tire o seu racismo do caminho, que eu quero passar com a minha cor. ( do livro Desaforismos de Georges Najjar Jr )

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